Fiscais estaduais agropecuários realizam diligências nas ocorrências e concentram o monitoramento na área de maior verificação do surto
A Secretaria da Agricultura, Pecuária e Desenvolvimento Rural (SEAPDR) permanece monitorando ocorrências de gafanhotos no Rio Grande do Sul e divulgou nesta segunda-feira (21) mais um relatório. Diversos relatos de ocorrências dos insetos têm sido recebidos pelo Departamento de Defesa Agropecuária. Os fiscais estaduais agropecuários realizam diligências nas ocorrências e concentram o monitoramento na área de maior verificação do surto.
Observa-se a concentração das ocorrências de gafanhotos no entorno da Reserva Indígena do Inhacorá, entre os municípios de São Valério do Sul e Santo Augusto, com destaque também para o foco no município de Bom Progresso e entre os municípios de Redentora e Dois Irmãos das Missões. Até o momento foram verificados pontos com incidência em oito municípios: São Valério do Sul, Santo Augusto, Bom Progresso, Chiapeta, Redentora, Campo Novo, Dois Irmãos das Missões e Coronel Bicaco.
Segundo o chefe da Divisão de Defesa Sanitária Vegetal, Ricardo Felicetti, diversas informações de “avistamentos” de gafanhotos estão sendo recebidas. “Em geral a espécie predominante das ocorrências é Chromacris speciosa, o gafanhoto-soldado, de coloração preta com manchas vermelhas quando jovem, evoluindo para verde camuflado quando adulto”.
Felicetti conta que outras espécies do gênero Sinipta, de ocorrência em pastos naturais, e do gênero Zoniopoda também foram observadas. Conforme ele, essas espécies alimentam-se de vegetação nativa e plantas espontâneas e daninhas, com baixo risco de danos à produção agrícola. “A SEAPDR esclarece que estas espécies são nativas, de ocorrência comum no RS e não estão manifestando comportamento de praga agrícola, com ocorrências sem danos às plantas cultivadas e lavouras comerciais”, afirma Felicetti.
A orientação inclusive é de não realizar o controle, tendo em vista que estas espécies desempenham função ecológica no meio ambiente e eventuais supressões possibilitariam desequilíbrio local e efeitos adversos ao meio ambiente e na contenção de pragas agrícolas proporcionada pelo mesmo. “Havendo observação de ocorrências com expressivas populações com danos às lavouras e plantas cultivadas, deve-se providenciar a comunicação imediata à SEAPDR”, alerta o engenheiro agrônomo.